PRIORIDADES

Grande parte da situação de pobreza e desigualdades extremas que vivemos atualmente vem da nossa própria história, de tristes legados que carregamos desde o período de formação de uma sociedade escravocrata. Entretanto, é possível superar as desigualdades no Brasil atual.

Essa superação deve ser realizada sob três ângulos: promoção do crescimento socioeconômico do país, garantia de igualdade de oportunidades para todos e implementação de medidas que corrijam as distorções e desvantagens existentes. Para isso, é necessário alterar as formas de financiamento do Estado – tributação, e de seus investimentos, isto é, como as despesas são alocadas.

O Brasil é o país que mais desmata no mundo – e também o que mais mata ativistas ambientais. Não queremos um país líder nessas estatísticas. Temos que conciliar o desenvolvimento rural e as atividades agropecuárias com a valorização da floresta em pé e a diversidade biológica e cultural.Precisamos de um sistema nacional de meio ambiente inteligente, integrado e simples, que valorize o manejo sustentável dos ativos ambientais e que simplifique a burocracia para atividades sustentáveis.

Queremos viver sem medo. Viver em um país onde todos possamos nos sentir seguros, ter confiança e liberdade. Um lugar para viver e conviver em harmonia. Para isso, precisamos de um sistema de segurança pública e justiça criminal onde cada instituição faça a sua parte e preze pelo todo.Investir em prevenção e policiamento inteligentes, respeitar o devido processo legal e garantir os direitos de todos.

O Brasil precisa de um Estado capacitado profissionalmente, eficiente na gestão, transparente e aberto à participação social e inovador na forma de prestar serviços públicos e de se conectar com os cidadãos. A estrutura do Estado deve ser capaz de viabilizar qualquer projeto democrático de governo, com carreiras baseadas na vocação e no mérito – sem espaço para favores. Um país que utilize as melhores práticas de gestão adequadas ao serviço público e que busque todos os meios de atender às demandas da população com qualidade e sem burocracia, inclusive com o uso intenso das tecnologias mais avançadas.

Metade das crianças brasileiras não está alfabetizada. O desafio é mudar essa realidade, que limita as oportunidades não só dos cidadãos, mas de todo o país. Para isso, nossas escolas e sistemas educacionais deverão estar aptos a identificar interesses e talentos individuais, desenvolvendo ao máximo o potencial de todas as nossas crianças e jovens. E nossa sociedade precisa dar prioridade, relevância e urgência máxima às questões educacionais, valorizando e apoiando os educadores na construção de serviços de excelência.

Saúde é a maior prioridade dos brasileiros. Em pouco mais de duas décadas, o Brasil registrou uma evolução significativa em seus principais indicadores. No entanto, alguns voltaram a retroceder, ainda com saneamento básico abaixo do desejável e a falta de preparo para atender uma população envelhecida e com muito a ser feito e grandes desafios a serem vencidos. Precisamos melhorar o acesso e o estado da saúde da população, aumentar a satisfação dos cidadãos e dos profissionais de saúde, além de assegurar a sustentabilidade financeira de todo o sistema.

Até 2030, o Brasil pode se tornar o país das Américas que mais usou a tecnologia como ferramenta para aproximar o cidadão do Estado e suas decisões, para diminuir drasticamente a burocracia estatal e para melhorar o gasto público em saúde, educação, segurança e mobilidade. Essa visão está baseada em três vetores: tecnologias para um Estado aberto e transparente, tecnologias para impulsionar a qualidade de vida e tecnologias para um Estado eficiente.

Para melhorar a qualidade de vida da população, redistribuir a renda será importante, porém não o suficiente. Além de buscar crescimento, será preciso dar continuidade ao combate à desigualdade social por meio de políticas públicas que permitam uma maior mobilidade social. Ainda, para se atingir o sonho do crescimento inclusivo, deve-se encontrar uma forma de ajudar os excluídos a se reintegrarem e terem uma vida digna. É preciso garantir que as escolhas de desenvolvimento sejam sustentáveis, propiciando um Brasil melhor para a próxima geração e contribuindo para a competitividade de longo prazo do país. Para dar esse grande salto de desenvolvimento, o Brasil terá que formular e cumprir uma agenda de reformas, buscando aumentar sua produtividade no cenário global.

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